segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Efeito ferrugem



Quando comecei a pesquisar sobre dioramas, ficava maravilhado com alguns detalhes simplesmente impressionante em algumas vinhetas, e um desses detalhes era o efeito ferrugem.

Muitos usam uma técnica de pintura para poder fazer o efeito ferrugem em alguns kits, mas existe outra técnica para usar ferrugem real, em alumínio e latão.

Esses componentes podem ser envelhecidos usando técnicas convencionais, mas aqui está uma técnica para criar corrosão real, em metal real.

Para enferrujar uma peça, é preciso deixá-la exposta às forcas da natureza, a peça irá enferrujar em um período de tempo. Ela irá oxidar ou descolorir, então irá apodrecer e, finalmente, desintegrar.

Nós podemos rapidamente duplicar esse processo mergulhando componentes metálicos em produtos para corroer placas de circuito impresso. Esse material é o percloreto de ferro, que é usado na indústria de eletrônicos para criar placas de circuito impresso. Esse material também corrói alumínio e latão, o que o torna ideal para nosso uso em dioramas.

Como você verá, alumínio e latão reagem diferentes ao percloreto de ferro. Como toda técnica que utilizam solventes ou materiais corrosivos, esse processo requer alguns cuidados, e proteção individual como óculos, máscara e luvas.

Seguindo todos os conselhos de segurança, essa técnica não é mais perigosa do que qualquer técnica de pintura.

Só fique atento para não deixar materiais que podem ser atingidos pelos gazes resultantes do percloreto de ferro em contato com o alumínio ou latão muito próximo, pois eles também irão oxidar (exemplo de tesouras, pinças, etc).



Ferrugem e Envelhecimento

É melhor começar pelo mais simples, vou fazer alguns tambores de alumínio.

Para isso, usei um alumínio de lata de refrigerante (o mais fácil de encontrar), nem sequer retirei a pintura da lata.

Para fazer o tambor, cortei um pedaço de alumínio do tamanho que precisava para fazer o tambor. Usando uma régua metálica, fiz as dobras do tambor e em seguida fiz suas curvas.

Depois de pronto, coloquei o percloreto de ferro em um recipiente de vidro e ao lado, deixei outro recipiente de vidro com água.

Após alguns minutos imerso, o percloreto de ferro começa a agir.

Primeiramente ele forma no alumínio pequenas bolhas que podem até fazer a peça boiar. Após começa o processo de “fervura” e é nessa etapa que você tem que tomar muito cuidado. Como é uma reação química, ele esquenta muito nesse processo e pode causar queimaduras, além da liberação do vapor tóxico (por isso o uso de equipamentos de proteção individual).

Fique atento ao estado da peça, pois se você deixar muito tempo, o percloreto de ferro irá dissolver a peça por inteiro.

Ao retirar a peça do percloreto de ferro, para interromper o processo da reação química, basta mergulhar a peça na água e em seguida colocar num papel tolha para secar ao sol.

O resultado fica incrível.

No exemplo abaixo, alguns tambores feitos com esse processo:

 Tambores feitos de alumínio

 Observem que não retirei nem mesmo a tinta da lata de alumínio.

 Tambores feitos de alumínio após serem retirados do percloreto de ferro.
 
Observem o efeito do percloreto de ferro diferente em cada tambor.
 
Isso se deve ao tempo que eu deixei a peça no percloreto de ferro.

Como vou usar os tambores em diferentes dioramas, eu queria os três em diferentes estágios de ferrugem, como um já quase que se desfazendo e outro em melhor estado.

Fiz a pintura externa usando pincel, para dar um acabamento bem rústico, como se estivesse além de enferrujado, todo riscado.

Também fiz a pintura interna do tambor na cor preta.

Cada tambor tem um detalhe diferente é isso que deixa a peça única.


Se preferir, você também pode deixar a peça um pouco mais de tempo no percloreto de ferro e ao invés de aplicar tinta, deixá-lo como você retirou do produto.


Eu optei por pintar para poder fazer uns detalhes diferenciados.


Para unir as partes do fundo do tambor eu usei cola de secagem rápida.


Resultado final.
 
Resultado final.
 
Resultado final.
 
Resultado final.
 
Você também pode usar esse processo para modelar partes de carros que você quer que sejam corroídas, como nesse exemplo acima, basta modelar a parte a ser enferrujada, cortar essa parte fora (sempre deixando uma pequena sobra para poder colar o alumínio) e após realizado todo o processo, colar com fita ou cola de contato ou mesmo cola de secagem rápida a parte já corroída na carroceria do carro.

Você pode notar que fica com um aspecto mais enferrujado após a pintura.

No caso dessa carroceria ela ainda vai ser pintada com mais detalhes.

Mas já dá para notar os detalhes da corrosão.

Outro exemplo, a construção da bomba de combustível abandonada. Comecei com uma simples folha de alumínio (também de refrigerante) curvando a mesma num formato cilíndrico.

Após o processo, esse é o resultado.

Detalhes depois da pintura.

Resultado final.

Agora, provavelmente o processo em que você mais vai usar essa técnica vai ser para fazer telhas enferrujadas. No meu caso, eu usei latas de alumínio (dessas de cerveja, refrigerante, tanto faz) que você encontra em qualquer lugar. O primeiro passo é cortar as bases da lata, cuidado nesse processo, pois o alumínio corta muito, use sempre equipamentos de proteção individual, como óculos, luvas de couro e máscara. Na sequencia, retire toda tinta da lata (no meu caso, o meu fazedor de telha é menor que a medida da lata, sendo assim, eu corto um pedaço de cima e de baixo e uso somente o meio da lata, por isso pode se ver um pouco de tinta na foto dessas latas). Fica a seu critério se você quer dar forma a telha antes do processo ou depois, porém, vale ressaltar que se você ficar dobrando muito o alumínio, esse vai acabar sendo corroído pelo produto mais rápido nessas dobras e isso pode ser um resultado que você não queria ou não esperava, no meu caso eu dobrei antes de fazer o processo, veja as fotos abaixo:

Latas de alumínio cortadas.
 
As mesmas latas de alumínio já sem a tinta. Dá um pouco de trabalho, mas o resultado final é gratificante.
 
 Alumínio dobrado na forma da telha, antes do processo químico.

Resultado após o processo químico, uma dica é deixar a peça secando por algum tempo ao sol, depois de algum tempo ela fica com esse aspecto.
 
Nesse caso, não vou pintar a peça, esse é o resultado final.





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