domingo, 16 de outubro de 2016

Bel Air 1953 no fundo do rio





Esse Chevrolet Bel Air 1953 é um dos sobreviventes do meu primeiro diorama, "o ferro-velho". Quando montei esse Bel Air 1953, eu tinha a opção de montá-lo original ou Hot Rod, conforme peças do próprio kit, mas eu optei pelo estilo original e o pintei de vermelho com teto branco, mantendo os pneus com faixas brancas e calotas originais. Porém, como mencionei antes, não tinha os recursos necessários na época e acabei pintando o carro com pincel.
A qualidade da pintura ficou horrível e isso na época, me desanimava muito, por isso montei o ferro-velho, assim, poderia colocar os carros com essa má qualidade de pintura e eles teriam a aparência de um carro já muito usado.
Depois de desmontar o diorama do ferro-velho, esse Bel Air 1953, também foi guardado em local impróprio, sofreu com as intempéries, umidade, caixas e outros objetos sendo jogado sobre ele. Isso afetou toda sua parte de cromados, deixando algumas partes desgastadas e outras já sem cromo.
O tempo passou e novamente assim como aconteceu com os outros carros que já descrevi aqui, eu encontrei o carro jogado numa caixa e decidi pintá-lo de prata, mas modifiquei radicalmente seu estilo, rebaixando o teto e colocando películas escuras nos vidros.

Minha intenção era de fazer um Street Rod.

Por isso pintei todas as peças cromadas do carro.

Somente as colunas seriam pintadas de preta, para acompanhar o vidro escurecido.

Como não disponho de materiais próprios para pintura, como um aerógrafo, acabei pintando com tinta spray.

O resultado final, novamente não ficou como desejado e decidi (devido a outras prioridades) deixar o carro novamente guardado.

Dá para ver nitidamente as imperfeições na carroceria.

Principalmente onde foram retirados os frisos.

Nem mesmo lixando conseguiria dar um jeito nessa pintura.

O interior foi todo pintado de preto.

Para dar um ar de rebeldia ao carro o teto foi rebaixado.

No ano de 2015 eu decidi que já era hora de dar uma “repaginada” total no carro e resolvi tirar toda sua tinta prata e pintá-lo de preto. Tudo nele seria preto, a grade, os para-choques, o interior, enfim seria o Street Rod radical que havia imaginado anos antes. O diferencial foi trocado por um modelo com tampa cromada, a suspensão foi erguida e comecei a pintar o carro por partes.

A remoção da tinta foi feita com lixa, tomando cuidado para não danificar ainda mais a carroceria.

Comecei a pintura pelo capô do carro.

Até o emblema seria pintado de preto.

Dando continuidade a remoção da tinta.

Não é uma tarefa fácil.

Motor pintado e com peças cromadas, como deve ser um Street Rod.

Base toda pintada.

Rodas novas, com um estilo mais esportivo.

Minha intenção era trocar o motor seis cilindros por um V8, mas acabei mantendo.

Suspensão nova.

Diferencial com tampa cromada.

Uma visão do meu futuro "Street Rod".

Finalmente a pintura, mesmo sendo feita com tinta spray, chegou ao nível que eu queria.

Carroceria sobre o chassi.

Com o rebaixamento do teto, o carro ficou com um estilo ainda mais agressivo.

Eis que novamente o destino interferiu em meus planos. Com o carro todo desmontado e já pintado de preto, ele estava pronto para começar a ser remontado, porém, num dia, devido a uma chuva forte, a calha de água não aguentou tanta água, e a garagem foi alagada. A água arrastou a caixa onde estava o carro, junto de muitas tintas, pincéis e outros materiais que deixava na garagem.
Quando percebi o acontecido já era tarde, encontrei algumas partes do carro na calçada, a carroceria estava enroscada no meio fio em algumas pedras com água passando por ele até a altura do teto, com a pintura totalmente estragada, muitas peças como a grade dianteira, as lentes dos faróis, das lanternas e os vidros se perderam em meio à enxurrada.
Depois que levei tudo para casa, eu fiquei olhando o estado do carro e só via uma solução para ele, recomeçar. Mas me desanimava o fato dele ter perdido tantos detalhes, então pensei em fazer uma vinheta com ele e fiz um teste, usando o cenário da Ford  F1.

Minha intenção de fazer um Street Rod foi literalmente por água abaixo.

Testando o carro num cenário, como abandonado.

Não era o que eu tinha em mente.

Mas isso também não me agradava, seria apenas mais um carro abandonado num ambiente de deserto.

Foi aí que entrou a internet. Sim, a internet! Pesquisando sobre dioramas, encontrei uma montagem de um monstro chamado Aquarex, feito por Philipe Kling David, que seria mais uma escultura do que um diorama ou um misto dos dois e achei muito interessante o modo como ele foi feito, onde ele usa muitas técnicas para fazer o efeito de água.
A imagem do Bel Air 1953 enroscado no meio fio entre as pedras com água da enxurrada passando sobre ele veio novamente a minha mente e na hora eu percebi o que teria que fazer.
A ideia era de fazer um diorama usando resina que imita água, e o Bel Air, ficaria submerso, como se ele tivesse sofrido um acidente há muitos anos atrás e caído dentro de um rio, sendo somente agora, já enferrujado e sujo, encontrado por um mergulhador.

Mais ou menos como a foto abaixo:


Então com a ideia na cabeça, comecei a montar o cenário mentalmente, primeiramente, precisei preparar a carroceria do Bel Air 1953, para deixar ele com um aspecto de muito tempo no fundo de um rio.

  

Mantive as rodas com calotas originais e os pneus com faixas brancas.

A ideia é deixar uma dúvida no ar.

Como um Street Rod desses, com teto rebaixado, sem maçanetas e friso, foi parar no fundo do rio.

A aparência do carro lembra um Hot Rod montado na década de 60, com o teto rebaixado, sem os frisos, mas mantendo os pneus faixas brancas com calotas cromadas. Assim, não teria como identificar em que ano ele teria sofrido o acidente que o levou ao fundo do rio.

Porém, se você observar atentamente, vai perceber um detalhe interessante, o carro não possui nenhum vidro.


 Eu acabei colocando dois fios saindo da parte onde estariam os faróis, porém, se você observar bem, vai perceber que eles ficaram fora da escala do carro, então, resolvi retirá-los.


Motor também atacado pela sujeira e corrosão.

Mesmo estando todo sujo, o carro ainda mantem uma aparência bem agressiva.

 Como eu queria um aspecto de carro já enferrujado, comecei o processo de ferrugem na carroceria com vários buracos espalhados por todo o carro.


Mesmo não ficando muito evidente, a corrosão está lá.

Partes da carroceria já em avançado estado de corrosão.

Partes da carroceria já em avançado estado de corrosão.

Partes da carroceria já em avançado estado de corrosão.

Partes da carroceria já em avançado estado de corrosão.

Partes da carroceria já em avançado estado de corrosão.

Partes da carroceria já em avançado estado de corrosão.

Hora de fazer o mergulhador que vai encontrar o carro. Ele parece grande para o tamanho do carro, mas você deve levar em consideração que ele está com os braços esticados e usando roupas de mergulho, o que aumenta o tamanho dos pés e uma lente gigantesca a sua frente. 
Para fazer esse mergulhador, eu usei massa epóxi e depois de seca, fui dando forma aos detalhes como a máscara de mergulho, o balão de oxigênio, entre outros detalhes.

Mergulhador que vai encontrar o carro.

Testando a lâmpada do farolete.

Testando a lâmpada do farolete.

Testando a lâmpada do farolete.

Testando a lâmpada do farolete.

Testando a lâmpada do farolete.

Testando a lâmpada do farolete.

Testando a lâmpada do farolete num ambiente escuro na frente do carro.

É mais ou menos assim que eu gostaria que ficasse a água que será feita com resina.

Um ambiente mais escuro, iluminado apenas pela lente do mergulhador.

A posição do mergulhador, será essa, de frente para o carro iluminando ele com o farolete.

Vista de cima da cena.

Ainda preciso fazer alguns detalhes no carro.

Já o mergulhador, provavelmente só vou pintar o balão de oxigênio.

Ou talvez o deixe assim mesmo.

Esse teste, foi feito num ambiente comum, então eu queria algo mais próximo do que vou fazer.

Assim, resolvi fazer uma base usando areia, algumas conchinhas e espuma tingida para representar o musgo e assim, fazer o fundo de um rio, mas sinceramente ficou parecido com o fundo do mar, pois rio não tem conchas.

Também passei um pouco de pó de serra tingido de verde na carroceria para dar um efeito de muito tempo abandonado.

Esse efeito deixou muito a cena parecendo com o fundo do mar e me fez pensar se devo deixar o carro no fundo de um rio ou no fundo do mar.

Mergulhador observando o carro.

Mergulhador observando o carro de frente.

Mergulhador observando o carro por cima.

Mergulhador observando o carro pela lateral.

Mergulhador observando o carro pela lateral.

Mergulhador observando o carro pela lateral.

Mergulhador observando o carro pela lateral.

Mergulhador observando o carro pela lateral.

Isso também me faz rever o local onde o mergulhador vai ficar.

Montando essa cena, deu para ter uma ideia do tamanho que vai ficar o diorama pronto.

E como dá para observar nas fotos, não vai ficar pequeno.

Então eu esbarrei num problema para finalizar esse diorama.

A quantidade de resina que vou ter que usar para deixar o carro e o mergulhador de baixo da água.

Sem contar o tempo que leva para a resina secar.

O maior problema vai ser encontrar uma resina que não seja tão cara.

Pois as que tenho visto, vem em frascos muito pequeno.

E custam muito caro.

Sendo assim, fico enroscado nesse ponto.

Até achar uma resina que seja vendida por galão ou no mínimo uns 10 litros.

Até achar essa resina esse projeto volta novamente a ser engavetado.

Mas já deu para ter uma noção de como vai ficar o resultado final.

O jeito é aguardar até conseguir a resina própria para fazer essa cena.


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